Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto
queiras só metade.
E, nunca saciado, vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças." (1)
(1) Miguel Torga, Sísifo, in Diário XIII
Imagem, in mardepedra.blogspot.com
(Sobre o autor do mês que há já dezassete anos partiu para a montanha, de onde nasceu e de onde ergueu a voz de uma luta incansável do "amor, da verdade e da liberdade", na respiração de um território de pedras, de pessoas, sonhos e cansaços.)
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