Actividades integradas na semana da Leitura (EVT - 3º Ciclo)
(Mónica Travassos)
Nunca o mar foi tão ávido
quanto a minha boca. Era eu
quem o bebia. Quando o mar
no horizonte desaparecia e a areia férvida
não tinha fim sob as passadas,
e o caos se harmonizava enfim
com a ordem, eu
havia convulsamente
e tão serena bebido o mar.
Fiama Hasse Pais Brandão Mar Portuguêsquanto a minha boca. Era eu
quem o bebia. Quando o mar
no horizonte desaparecia e a areia férvida
não tinha fim sob as passadas,
e o caos se harmonizava enfim
com a ordem, eu
havia convulsamente
e tão serena bebido o mar.
(Leonardo Lucas)
Relâmpago
Rasguei-me, como um raio rasga o céu..
 Iluminei-me todo de repente.
 Negrura permanente,
 De noite enfeitiçada.
 Quis ver-me com pupilas de vidente
 E arrombei os portões à madrugada..
 Mas nada vi.
 Caverna de pavores,
 Só com tempo e vagar, eu poderia encarar
 Castigar e perdoar
 Tanta abominação que em mim havia.
Miguel Torga 
(Patrícia Neves)
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa 
 
Gostei muito destes trabalhos!
ResponderEliminarParabéns aos meus alunos pela seleção de tão belas poesias...
Palavras, palavras, palavras...
CasteloPardal